Dia 17 de Junho, quem experimentou ir ao cine teatro de Tavira para apreciar o trabalho de Yola Pinto teve a surpresa de ser convidado de subir as escadas para o palco. Lá em cima, estavam arrumadinhas 50 cadeiras que delimitavam um espaço que se adivinhava especial e intimista. Fernando Mota começou a criar sonoridades estranhas e cativantes, convidando o corpo de Yola a percorrer as emoções dessa música criada no momento. O movimento de um corpo vestido de branco começa e sobre ele vai-se insinuando um outro movimento feito de cores e formas. Os desenhos de António Jorge Gonçalves vão surgidos inspirados pela música e pelo corpo. À semelhança da arte da fuga, ora se antecipa a música, ora o corpo, ora a expressão plástica. Feita de avanços e recuos, esta arte da improvisação, aparentemente fácil, constitui-se num todo harmonioso onde se conjuga o apolíneo com o dionisíaco. A música e a dança, as duas artes sem forma, segundo a concepção nietzscheana, ganham uma outra consistência quando nelas se inscreve a apolínea arte; a pintura como uma outra matriz geradora de emoções.
Ao nível de um desempenho capaz de suscitar alguma surpresa, não se pode dizer que Yola Pinto o tenha conseguido. Provavelmente nem seria esse o objectivo. O que se pode dizer deste espectáculo é que Yola Pinto abre possibilidades a uma nova escrita da dança e do movimento em geral, aliando a criação em directo do corpo em movimento com a imagem digital que acompanha os ritmos do corpo e da música.
Ao nível de um desempenho capaz de suscitar alguma surpresa, não se pode dizer que Yola Pinto o tenha conseguido. Provavelmente nem seria esse o objectivo. O que se pode dizer deste espectáculo é que Yola Pinto abre possibilidades a uma nova escrita da dança e do movimento em geral, aliando a criação em directo do corpo em movimento com a imagem digital que acompanha os ritmos do corpo e da música.
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