Maria João Vicente é Adélia Z. Uma história conturbada, no meio de tantas outras que Maria João Vicente torna única. Porque o palco pode ser de todos mas o talento só a alguns pertence. Nesta produção estamos perante a evidência do talento.
Foi dias 27 e 28 que o Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPa) apresentou em Faro Adélia Z, uma produção que conta com Maria João Vicente interpretando um texto de Carlos J. Pessoa, acompanhada ao vivo pelo som de Daniel Cervantes.
Se é verdade que Maria João Vicente já nos tinha surpreendido no espectáculo Um Édipo, de Armando Nascimento Rosa, em que interpreta uma sui generis Jocasta, neste espectáculo rendemo-nos de imediato ao seu trabalho de actriz e à sua interpretação. Jogando com habilidade as várias inflexões pedidas pelas diferentes personagens que interpreta, a actriz comove sobretudo num mostrar autêntico e genuíno dos que são enteados da vida. O público fica solidário com aquela criatura inimputável e indigente que vive nas ruas mas que mantém na luz dos nos olhos toda a ternura que o olhar humano pode conter.
Adélia Z é uma história de amor, que podia ser banal como tantas histórias de amor mas que se torna única pelo despojamento, pelo brilho que Adélia nos empresta aos falar do Rançoso, o homem pelo qual se apaixonou. Longe de ser melodramático, é um discurso desconcertante que Maria João Vicente transforma num relato doce e poético. Mesmo o homicídio do Rançoso por parte de Adélia nos soa normal, sem qualquer pingo de juízo de valor.
Indigente e inimputável, Adélia Z segue a sua vida de ilusão, brincando ao faz de conta com as histórias de um pintor renascentista, Michelangelo Buonarroti. Ela inventa laços afectivos entre as personagens presentes num livro de gravuras desse pintor, enquanto se vai esquecendo de si própria.
Numa notável e convincente interpretação, Maria João Vicente trouxe-nos a inocência desconcertante dos simples e dos que foram bafejados pela pouca sorte. Com a simplicidade que só um grande talento é capaz de mostrar.
Uma nota de apreço para a banda sonora original de Daniel Cervantes, que incute a actriz as sonoridade adequadas para um bom desempenho. Um bom expectáculo a não perder, onde quer que ele esteja.
Foi dias 27 e 28 que o Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPa) apresentou em Faro Adélia Z, uma produção que conta com Maria João Vicente interpretando um texto de Carlos J. Pessoa, acompanhada ao vivo pelo som de Daniel Cervantes.
Se é verdade que Maria João Vicente já nos tinha surpreendido no espectáculo Um Édipo, de Armando Nascimento Rosa, em que interpreta uma sui generis Jocasta, neste espectáculo rendemo-nos de imediato ao seu trabalho de actriz e à sua interpretação. Jogando com habilidade as várias inflexões pedidas pelas diferentes personagens que interpreta, a actriz comove sobretudo num mostrar autêntico e genuíno dos que são enteados da vida. O público fica solidário com aquela criatura inimputável e indigente que vive nas ruas mas que mantém na luz dos nos olhos toda a ternura que o olhar humano pode conter.
Adélia Z é uma história de amor, que podia ser banal como tantas histórias de amor mas que se torna única pelo despojamento, pelo brilho que Adélia nos empresta aos falar do Rançoso, o homem pelo qual se apaixonou. Longe de ser melodramático, é um discurso desconcertante que Maria João Vicente transforma num relato doce e poético. Mesmo o homicídio do Rançoso por parte de Adélia nos soa normal, sem qualquer pingo de juízo de valor.
Indigente e inimputável, Adélia Z segue a sua vida de ilusão, brincando ao faz de conta com as histórias de um pintor renascentista, Michelangelo Buonarroti. Ela inventa laços afectivos entre as personagens presentes num livro de gravuras desse pintor, enquanto se vai esquecendo de si própria.
Numa notável e convincente interpretação, Maria João Vicente trouxe-nos a inocência desconcertante dos simples e dos que foram bafejados pela pouca sorte. Com a simplicidade que só um grande talento é capaz de mostrar.
Uma nota de apreço para a banda sonora original de Daniel Cervantes, que incute a actriz as sonoridade adequadas para um bom desempenho. Um bom expectáculo a não perder, onde quer que ele esteja.
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