Foi no dia 24 de Janeiro de 2006, na Escola Hoteleira, que finalmente o projecto da ACTA denominado Vamos Apanhar o Teatro (VATE) deu corpo ao sonho. Num autocarro de dois andares nasceu o auditório José Louro, que levará o teatro a todo o lado.
Uns são os utópicos e constroem sonhos para que a realidade lhes seja mais fácil. Outros são catastrofistas, não acreditam que a realidade possa melhorar e não dão oportunidade a que qualquer sonho se intrometa nas suas vidas. O que nos vale são os realistas que aliam o sonho à vida, tornando-a digna de ser vivida. Foi o que aconteceu com o último projecto da ACTA. Luís Vicente poderia continuar a descentralizar o seu trabalho, levando as suas produções aos diversos palcos do Algarve. Àqueles concelhos que já têm palco. Podia continuar a levar o teatro às escolas, à sala de aula, apoiando os professores na tarefa de formar os jovens para o teatro, despertando-os para o texto dramático. Mas isso não lhe chegou, porque não chega, de facto, num distrito onde o interior está desertificado e as populações esperam por uma cultura que teima em tardar. Vão tendo direito a alguns espectáculos de música e, agora com o equipamento móvel de cinema adquirido por Faro Capital da Cultura, a sétima arte pode chegar a todo o lado. Mas… e o teatro? Claro que, a partir do momento em que há um actor e um espectador, o teatro tem condições para acontecer. E disso Luís Vicente tem uma vasta experiência, adquirida desde que, há uma década, calcorreou o interior com o seu jumento Jeremias e os dois cantores. Mas as populações menos favorecidas pelo progresso também têm o direito a que a cultura lhes chegue da mesma forma que chega a outros lugares. Também têm o direito de ver um espectáculo em que os actores são ajudados por jogos de luzes, pela partitura musical, por cenários construídos para aquele espectáculo. Em suma, têm o direito de poder contar com uma produção teatral na sua plenitude. Essa exigência é, a partir de agora possível, porque um homem realista, que não desistiu de sonhar, lutou para que os grandes decisores (autarquias, poder central e mecenas) lhe dessem as condições para poder pôr esse sonho a viajar pelas diversas aldeias do Algarve.
Hoje já podemos ver nas estradas o autocarro laranja de dois pisos a rolar pelas estradas algarvias, levando um auditório de teatro a todo o Algarve. O autocarro, completamente transformado por dentro, é um autêntico auditório com palco, plateia e camarins. Esta unidade móvel irá levar produções especialmente concebidas e encenadas para aquele espaço às populações mais recônditas mas, nem por isso, menos merecedoras do acesso à cultura. Ao lado de Luís Vicente está Patrícia Amaral, coordenadora do projecto e actriz, que tem dedicado a sua vida à investigação de contos tradicionais e à literatura oral. Depois de ter passado pela investigação na Universidade do Algarve e de ter participado no II Curso de Formação de Actores, Técnicos e Animadores Teatrais da ACTA, foi convidada para coordenar este projecto. A primeira produção a apresentar no autocarro da ACTA chama-se Raposices e lobices, e foi construída dramaturgicamente a partir das figuras da raposa patentes nas fábulas de La Fontaine. Fala de raposas que são matreiras, de lobos que parecem piores do que o que são, de ovelhas ingénuas e de como a ambição pode destruir a melhor das amizades. Com bonecos a várias dimensões, concebidos por Carla Dias, artista plástica e actriz da equipa, o espectáculo apresentado no autocarro e encenado por Jorge Soares, outro membro da equipa, diverte e está concebido com a seriedade de profissionais que respeitam a maturidade e a capacidade de análise das crianças. Estes três membros da equipa do VATE fizeram a formação de actores e animadores culturais da ACTA. O último membro da equipa é Luísa Silva, a mulher que irá fazer rolar o sonho pelo Algarve, tendo nas mãos o volante do autocarro laranja.
A provar que as homenagens são para ser feitas em vida a quem as merece, a ACTA decidiu baptizar o auditório do autocarro com o nome de uma figura maior do teatro no algarve: José Louro. De facto é destes gestos que as pessoas realmente importantes merecem e, pela pessoa íntegra, por tudo o que tem dado ao teatro, José Louro logrou esta homenagem que o imortalizará para além das memórias dos que tiveram a sorte de com ele privar.
Para dar vida ao sonho Luís Vicente contou com o apoio do programa Prestígio do ProAlgarve, com a Associação de Municípios do Algarve, com Faro Capital Nacional da Cultura e com as empresas Águas S.A. e Algar S.A.
Como projecto estruturante, o VATE pretende não só levar o teatro às regiões mais desfavorecidas mas também produzir oficinas com as populações locais, desafiando-as para, também elas entrarem na magia do teatro. Como comentou Patrícia Amaral, vão desafiar as populações de seis concelhos algarvios para prepararem um trabalho. O autocarro vai à população, apresenta o espectáculo, depois há uma formação, o autocarro vai visitar outras povoações e quando regressa, todos partilham do espectáculo que a população preparou. Isto, de facto, é trabalhar para a estruturação de um povo. Isto é levar o sonho à realidade de centenas de pessoas. E é isto que os algarvios têm de agradecer à ACTA. E a um sonhador que nunca abandonou a realidade: Luís Vicente.
Uns são os utópicos e constroem sonhos para que a realidade lhes seja mais fácil. Outros são catastrofistas, não acreditam que a realidade possa melhorar e não dão oportunidade a que qualquer sonho se intrometa nas suas vidas. O que nos vale são os realistas que aliam o sonho à vida, tornando-a digna de ser vivida. Foi o que aconteceu com o último projecto da ACTA. Luís Vicente poderia continuar a descentralizar o seu trabalho, levando as suas produções aos diversos palcos do Algarve. Àqueles concelhos que já têm palco. Podia continuar a levar o teatro às escolas, à sala de aula, apoiando os professores na tarefa de formar os jovens para o teatro, despertando-os para o texto dramático. Mas isso não lhe chegou, porque não chega, de facto, num distrito onde o interior está desertificado e as populações esperam por uma cultura que teima em tardar. Vão tendo direito a alguns espectáculos de música e, agora com o equipamento móvel de cinema adquirido por Faro Capital da Cultura, a sétima arte pode chegar a todo o lado. Mas… e o teatro? Claro que, a partir do momento em que há um actor e um espectador, o teatro tem condições para acontecer. E disso Luís Vicente tem uma vasta experiência, adquirida desde que, há uma década, calcorreou o interior com o seu jumento Jeremias e os dois cantores. Mas as populações menos favorecidas pelo progresso também têm o direito a que a cultura lhes chegue da mesma forma que chega a outros lugares. Também têm o direito de ver um espectáculo em que os actores são ajudados por jogos de luzes, pela partitura musical, por cenários construídos para aquele espectáculo. Em suma, têm o direito de poder contar com uma produção teatral na sua plenitude. Essa exigência é, a partir de agora possível, porque um homem realista, que não desistiu de sonhar, lutou para que os grandes decisores (autarquias, poder central e mecenas) lhe dessem as condições para poder pôr esse sonho a viajar pelas diversas aldeias do Algarve.
Hoje já podemos ver nas estradas o autocarro laranja de dois pisos a rolar pelas estradas algarvias, levando um auditório de teatro a todo o Algarve. O autocarro, completamente transformado por dentro, é um autêntico auditório com palco, plateia e camarins. Esta unidade móvel irá levar produções especialmente concebidas e encenadas para aquele espaço às populações mais recônditas mas, nem por isso, menos merecedoras do acesso à cultura. Ao lado de Luís Vicente está Patrícia Amaral, coordenadora do projecto e actriz, que tem dedicado a sua vida à investigação de contos tradicionais e à literatura oral. Depois de ter passado pela investigação na Universidade do Algarve e de ter participado no II Curso de Formação de Actores, Técnicos e Animadores Teatrais da ACTA, foi convidada para coordenar este projecto. A primeira produção a apresentar no autocarro da ACTA chama-se Raposices e lobices, e foi construída dramaturgicamente a partir das figuras da raposa patentes nas fábulas de La Fontaine. Fala de raposas que são matreiras, de lobos que parecem piores do que o que são, de ovelhas ingénuas e de como a ambição pode destruir a melhor das amizades. Com bonecos a várias dimensões, concebidos por Carla Dias, artista plástica e actriz da equipa, o espectáculo apresentado no autocarro e encenado por Jorge Soares, outro membro da equipa, diverte e está concebido com a seriedade de profissionais que respeitam a maturidade e a capacidade de análise das crianças. Estes três membros da equipa do VATE fizeram a formação de actores e animadores culturais da ACTA. O último membro da equipa é Luísa Silva, a mulher que irá fazer rolar o sonho pelo Algarve, tendo nas mãos o volante do autocarro laranja.
A provar que as homenagens são para ser feitas em vida a quem as merece, a ACTA decidiu baptizar o auditório do autocarro com o nome de uma figura maior do teatro no algarve: José Louro. De facto é destes gestos que as pessoas realmente importantes merecem e, pela pessoa íntegra, por tudo o que tem dado ao teatro, José Louro logrou esta homenagem que o imortalizará para além das memórias dos que tiveram a sorte de com ele privar.
Para dar vida ao sonho Luís Vicente contou com o apoio do programa Prestígio do ProAlgarve, com a Associação de Municípios do Algarve, com Faro Capital Nacional da Cultura e com as empresas Águas S.A. e Algar S.A.
Como projecto estruturante, o VATE pretende não só levar o teatro às regiões mais desfavorecidas mas também produzir oficinas com as populações locais, desafiando-as para, também elas entrarem na magia do teatro. Como comentou Patrícia Amaral, vão desafiar as populações de seis concelhos algarvios para prepararem um trabalho. O autocarro vai à população, apresenta o espectáculo, depois há uma formação, o autocarro vai visitar outras povoações e quando regressa, todos partilham do espectáculo que a população preparou. Isto, de facto, é trabalhar para a estruturação de um povo. Isto é levar o sonho à realidade de centenas de pessoas. E é isto que os algarvios têm de agradecer à ACTA. E a um sonhador que nunca abandonou a realidade: Luís Vicente.
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