O encontro de várias instituições como a Universidade do Algarve, o Instituto Português da Juventude e Faro Capital Nacional da Cultura teve como pretexto oferecer o deleite da poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen. O espectáculo religação, concebido com esse propósito, encheu os sentidos do público com as palavras de Sophia, dita de forma única a exemplar.
Dias 16 e 17 de Dezembro Faro abriu um local de culto. Um templo da palavra onde os devotos foram prestar homenagem à palavra. De forma insuspeita, o Instituto Português da Juventude transformou o seu átrio inóspito numa sala de recepção aos iniciados na palavra acolhedora e agradável, com uma iluminação indirecta, onde todos os elementos tinham a ver directamente com o espectáculo que se iria apresentar. O azul-marinho predominava nas paredes, conchas, búzios e seixos ornamentavam mesas vestidas de panos pretos, um painel com uma bonita gravura anunciava o espectáculo religação, encenado por António Branco dedicado à poesia de Sophia.
Depois do acolhimento inicial os espectadores entraram num auditório do Instituto Português da Juventude completamente renovado, elevado a templo por excelência da palavra. Toda a sala respirava uma atmosfera renovada pelas forras que vestiram as cadeiras, pelas pernas, bambolinas e palco forrados completamente a pano-cru. No palco a silhueta de uma mulher esperava o início da Palavra, aquela que é redentora quando é dita da forma que deve ser dita. No palco, um homem sentado numa cadeira de madeira lia. Ao fundo o mar, mais próximo uma concha, algumas laranjas. E a palavra fez-se verbo pela boca de Manuela de Freitas e a sombra se fez luz, iluminando a sacerdotisa da palavra. As palavras de Sophia pareciam nascer na boca de Manuela de Freitas, dona de uma dicção irrepreensível e de um timbre encantatório. Os poemas de Sophia voavam da boca de Manuela de Freitas para as de Luís Lucas, o leitor que recebia as palavras do livro. Neste jogo entre a sacerdotisa entre os dois actores a luz de Rita Azevedo Gomes criou uma atmosfera envolvente que ajudou à absorção da Palavra no seu sentido mais puro. O mar, o Algarve, as gentes e as imagens davam-se-nos através da poesia geradora de um universo de sentidos.
António Branco conseguiu fazer daqueles dois dias no Instituto Português da Juventude um momento único em que a Palavra irradiou de forma elevada, permanecendo na memória de todos os devotos. A homenagem justa à poesia de Sophia. A concepção musical de José Mário Branco ajudou a que os devotos saíssem do templo com as palavras tatuadas na memória e na alma, criada no instante da dádiva. Um deslumbramento estético.
Dias 16 e 17 de Dezembro Faro abriu um local de culto. Um templo da palavra onde os devotos foram prestar homenagem à palavra. De forma insuspeita, o Instituto Português da Juventude transformou o seu átrio inóspito numa sala de recepção aos iniciados na palavra acolhedora e agradável, com uma iluminação indirecta, onde todos os elementos tinham a ver directamente com o espectáculo que se iria apresentar. O azul-marinho predominava nas paredes, conchas, búzios e seixos ornamentavam mesas vestidas de panos pretos, um painel com uma bonita gravura anunciava o espectáculo religação, encenado por António Branco dedicado à poesia de Sophia.
Depois do acolhimento inicial os espectadores entraram num auditório do Instituto Português da Juventude completamente renovado, elevado a templo por excelência da palavra. Toda a sala respirava uma atmosfera renovada pelas forras que vestiram as cadeiras, pelas pernas, bambolinas e palco forrados completamente a pano-cru. No palco a silhueta de uma mulher esperava o início da Palavra, aquela que é redentora quando é dita da forma que deve ser dita. No palco, um homem sentado numa cadeira de madeira lia. Ao fundo o mar, mais próximo uma concha, algumas laranjas. E a palavra fez-se verbo pela boca de Manuela de Freitas e a sombra se fez luz, iluminando a sacerdotisa da palavra. As palavras de Sophia pareciam nascer na boca de Manuela de Freitas, dona de uma dicção irrepreensível e de um timbre encantatório. Os poemas de Sophia voavam da boca de Manuela de Freitas para as de Luís Lucas, o leitor que recebia as palavras do livro. Neste jogo entre a sacerdotisa entre os dois actores a luz de Rita Azevedo Gomes criou uma atmosfera envolvente que ajudou à absorção da Palavra no seu sentido mais puro. O mar, o Algarve, as gentes e as imagens davam-se-nos através da poesia geradora de um universo de sentidos.
António Branco conseguiu fazer daqueles dois dias no Instituto Português da Juventude um momento único em que a Palavra irradiou de forma elevada, permanecendo na memória de todos os devotos. A homenagem justa à poesia de Sophia. A concepção musical de José Mário Branco ajudou a que os devotos saíssem do templo com as palavras tatuadas na memória e na alma, criada no instante da dádiva. Um deslumbramento estético.
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