E foi esse o mote para o segundo espectáculo da extensão do Festival Temps d’Image: Improviso Encenado, de Rita Blanco e João Canijo. Este trabalho faz parte de uma concepção que se designou por estaleiro e que, segundo a produção, os Estaleiros materializam uma nova forma de colaboração entre artistas de palco e de imagem, incentivando assim sua criatividade e capacidade de improvisação.
Trata-se de uma experiência original em que as etapas do processo de criação são construídas com a cumplicidade de artistas, sob o olhar crítico dos públicos de diversos países da Europa.
Os estaleiros constituem um binómio criativo que permite realizar, a partir de uma residência, trabalho comum em distintas disciplinas artísticas. A forma de apresentação ao público é livre e deixada ao critério dos criadores: sequência de espectáculo vivo, projecção de filmes, debate com o público, instalações, etc.
A última etapa é variável de acordo com os resultados obtidos, podendo conduzir a um verdadeiro espectáculo ou a um produto audiovisual finalizado através de outros meios.
Este estaleiro em particular soube tocar nos pontos nevrálgicos do mapa que desenha o afecto do amor maternal.
Rita Blanco e Vera Barreto, ao vivo e ao quadrado, apresentaram uma relação patológica, baseada na obsessão da mãe pela filha. Ao quadrado, porque os espectadores poderiam seguir uma outra cena entre as duas actrizes, projectada no écran. Que seguia o mesmo fio condutor mas não necessariamente a mesma sincronia. A projecção mostrava um cenário realista, baseada no grande plano enquanto que as duas actrizes se mantinham sentadas em cadeiras distantes, tendo apenas com um foco de luz como suporte.
O texto, banal, é de uma verdade cruel, revelando uma relação se se apoia em dois universos diferentes, com convicções diferentes, não obstante nutrirem um amor poderoso. Um amor que pode levar à destruição: da relação, da vida da mãe, da vontade da filha. O facto de se poder alternar entre o palco e o écran foi útil para aliviar os momentos de tensão que, quer num suporte quer noutro se viviam. Rita Blanco não podia estar melhor no seu papel de mãe - emancipada mas cobradora da cumplicidade da filha – e Vera Barreto mostrou que é muito mais do que um rosto bonito. A concepção e a realização destes vinte minutos de tensão esteve a cargo de João Canijo e Rita Blanco, a interpretação foi de Rita Blanco e Vera Barreto, a direcção técnica e desenho de luz Alexandre Coelho.
Trata-se de uma experiência original em que as etapas do processo de criação são construídas com a cumplicidade de artistas, sob o olhar crítico dos públicos de diversos países da Europa.
Os estaleiros constituem um binómio criativo que permite realizar, a partir de uma residência, trabalho comum em distintas disciplinas artísticas. A forma de apresentação ao público é livre e deixada ao critério dos criadores: sequência de espectáculo vivo, projecção de filmes, debate com o público, instalações, etc.
A última etapa é variável de acordo com os resultados obtidos, podendo conduzir a um verdadeiro espectáculo ou a um produto audiovisual finalizado através de outros meios.
Este estaleiro em particular soube tocar nos pontos nevrálgicos do mapa que desenha o afecto do amor maternal.
Rita Blanco e Vera Barreto, ao vivo e ao quadrado, apresentaram uma relação patológica, baseada na obsessão da mãe pela filha. Ao quadrado, porque os espectadores poderiam seguir uma outra cena entre as duas actrizes, projectada no écran. Que seguia o mesmo fio condutor mas não necessariamente a mesma sincronia. A projecção mostrava um cenário realista, baseada no grande plano enquanto que as duas actrizes se mantinham sentadas em cadeiras distantes, tendo apenas com um foco de luz como suporte.
O texto, banal, é de uma verdade cruel, revelando uma relação se se apoia em dois universos diferentes, com convicções diferentes, não obstante nutrirem um amor poderoso. Um amor que pode levar à destruição: da relação, da vida da mãe, da vontade da filha. O facto de se poder alternar entre o palco e o écran foi útil para aliviar os momentos de tensão que, quer num suporte quer noutro se viviam. Rita Blanco não podia estar melhor no seu papel de mãe - emancipada mas cobradora da cumplicidade da filha – e Vera Barreto mostrou que é muito mais do que um rosto bonito. A concepção e a realização destes vinte minutos de tensão esteve a cargo de João Canijo e Rita Blanco, a interpretação foi de Rita Blanco e Vera Barreto, a direcção técnica e desenho de luz Alexandre Coelho.
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