Sunday, March 15, 2009

Teatro aquece Inverno no Algarve

Hoje, em Tavira, continua o Teatro no Inverno, promovido pela companhia de Teatro Al-Maserah, com o apoio da autarquia tavirense. Assim, pelas 23 horas, no REF Café TIXA, partilhará com a público a história da bela contadora Sherazade, que pelo poder da palavra conseguiu salvar a sua vida e a de centenas de outras jovens casadoiras. Sexta, dia 30, será a vez do Espectáculo Só, com encenação de Marta Inocentes, da companhia Bruxa Teatro, de Évora, no espaço da Corredoura, às 21h30. No Sábado 31, às 16h30, haverá uma Conversa com Mário Barradas, sobre Descentralização Teatral. Às 21h30 repete o espectáculo Só da Companhia A Bruxa Teatro. No Domingo, às 16h00, o espaço da Corredoura passa o documentário de Margarida Cardoso Era Preciso Fazer as Coisas. O Teatro no Inverno também promove Oficinas de Formação. No fim-de-semana de 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro o enfoque será dado à Interpretação, Orientada por Isolda Ruiz Barrios. Partindo da exploração de técnicas de trabalho do actor, trabalhar através de exercícios de improvisação a contracena, o texto dramático, as múltiplas formas e estilos de representação, abrindo assim caminhos criativos para criação da personagem. Os participantes têm oportunidade de experimentar, improvisar, construir pequenas cenas e descobrir grandes momentos.
Por outro lado, no extremo do Barlavento, haverá lugar para se juntarem centenas de amantes da arte dramática, que farão parte do III Fórum Permanente de Teatro de Amadores. Este encontro ocorrerá entre 30 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2009, em Lagos, numa organização da ANTA - Associação Nacional de Teatro de Amadores, em parceria com o Teatro Experimental de Lagos, e com o apoio da autarquia local. Ao longo dos três dias, a organização propõe um conjunto de painéis de formação, espectáculos de teatro e actividades paralelas, bem como um espaço dedicado à divulgação da actividade dos diversos grupos presentes.
Sexta, dia 30 de Janeiro pelas 21h30, os participantes assistirão ao espectáculo do grupo anfitrião (TEL) Auto da Vida e da Morte, de António Aleixo. No dia seguinte os participantes poderão usufruir de diversos painéis, como a Formação de Actores em áreas diferentes que vão desde O Jogo Dramático, à criação do eu, até à Iniciação à Morfo-Psicologia Actoral. Para além da formação de actores existem também formações em Iluminação, em Produção, e em Adereços. No Sábado haverá também lugar para a apresentação de um livro com peças de teatro inspiradas no Algarve, assim como uma tertúlia sobre teatro.
Também em Faro a noite é de Teatro. Dia 30, no Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPa) a companhia de teatro Te-Atrito irá estrear uma produção. O Babete Real é um projecto que se baseia no texto homónimo de Raul Malaquias Marques, escritor português contemporâneo, texto esse que mereceu uma menção honrosa no Prémio Garrett de Teatro para a Infância e Juventude em 1988. Com encenação de José Carlos Garcia, director artístico e actor da Companhia de teatro Chapitô, e com larga experiência no ensino pela arte, este espectáculo resulta de uma parceria com a DEVIR / cAPA – Centro de Artes Performativas do Algarve, a DREALG, as Câmaras Municipais de Faro e Lagoa, a ARC Músicos de Faro e o Instituto Português da Juventude – Delegação de Faro. São objectivos deste projecto contribuir para um maior conhecimento e divulgação da dramaturgia portuguesa e para o desenvolvimento da reflexão crítica sobre questões relacionadas com as práticas dos poderes instituídos e seu efeito sobre os cidadãos, a liberdade, a responsabilidade política, a intervenção cívica e a reflexão sobre a própria existência e a sociedade em que vivemos. O espectáculo tem a duração de 55 minutos e nele participam três actores, um dos quais músico. A música não só é tocada ao vivo, como também foi composta propositadamente para este trabalho. À apresentação, segue-se um debate sobre o teatro e a sua prática, sobre os temas atrás referidos e sobre a obra de Raul Malaquias Marques, escritor e jornalista, com a presença do encenador. A simplicidade e a economia de meios (nomeadamente de espaço e de equipamento) presentes neste espectáculo servem também como incentivo ao desenvolvimento da prática do teatro na escola.
Por esta amostra de uma agenda parcial se pode ver que o Teatro no Algarve está a ter outro fôlego. Há vontade, há público. Falta o financiamento que a vontade e o público merecem.

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