Tuesday, December 5, 2017

Com as vísceras na mão

Genet escreveu, Marco martins encenou, Beatriz Batarda, Sara Carinhas e Luisa Cruz deram corpo às paralvras. No dia 2 de Dezembro o Cineteatro Louletano abriu as portas a um espectáculo que se transformou num vórtice intenso ao interior do sentir carnal. Dentro de um pequeno quadrado de 3 metros por 3 as actrizes exploram de forma orgânica e quase alucinada a dialéctica do senhor e do escravo. Figurinos neutros, munidas de um pau de giz, a imaginações a e força representativa constroem cenários, emoções, intenções. Quando a senhora se ausenta começa o tempo das criadas. O tempo das extrapolações, das construções, dos ódios e das punições. Com um pequeno rebordo a toda a volta do espaço de representação onde foi colocado um espelho que reflete o público, em arena, as atrizes transpiram suor e verdade. Porque é de verdade e de autenticidade que este espectáculo exala. No suor, na saliva, no pano encharcado e imundo com que se limpa o rosto e o chão do palco. Beatriz Batarda, Sara Carinhas e Luisa Cruz entregaram-nos autenticidade na interpretação do texto de Genet. O Genet crú, desapiedado e despojado. Limpas de artifícios, ofereceram-nos o Teatro. Obrigada!

No comments: